terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Side Story: Prelúdio de Guerra

As palavras de Nessallin ainda corroem a mente de Valandil. A ultima conversa com sua unica companhia nessa "pós-vida" foi dura de digerir, principalmente porque ele não tinha todas as respostas para as perguntas da elfa, "Valandil, o Sábio" não sabia exatamente nada...

Alguns gritos femininos atrapalhavam seus pensamentos. Provavelmente algum minotauro bêbado estava arrastando mais uma escrava para o calabouço. Os urros tauricos se misturavam as lagrimas humanas e elficas. Era um dos raros momentos em que Valandil tinha vontade de quebrar suas correntes e arrancar o pescoço de alguns minotauros, ele serrava os dentes, fazendo com que sangue escorresse por sua boca. Por um momento ele segurou uma das correntes com as duas mãos e se esforçou.

"Tem certeza que deseja sair? Eu posso te tirar daí quando quiser..." Ele não reconhecera a voz feminina que falara com ele. E mesmo quando ela saiu das sombras, já dentro de sua cela, a aparência não era conhecida por ele. Por um momento, Valandil olhou assustado, mas a energia emanada do corpo dela, fazia que nem na forma de Vahniah, ele não percebesse com o tempo. E assim que notou, ele se ajoelhou, e o barulho de correntes se misturavam com o atrito de pedra molhada.

"E como estamos, meu Libertador? Ainda não entendo o motivo de você se odiar cada dia mais aqui dentro. Você poderia ter sido meu escolhido, ser intocável por qualquer minotauro, ser intocado por qualquer deus." - Por mais que Valkaria não seja uma das deusas mais sábias, não era algo fácil deixa-la confusa. 

"Qual o mérito, minha senhora, de evoluir com a ajuda dos deuses, e não por mérito próprio. " - As palavras do elfo fizeram a deusa corar. Não por vergonha, mas por deleite. Valkaria sempre adorou ser adulada, e adorava ainda mais quando isso vinha dele. 

"Mas se ficar aqui, não há evolução. Apenas prisão... Deixe-me tirá-lo daqui...." - Enquanto dizia isso, Valkaria sentava ao lado de Valandil em sua cama, e tocava em seus grilhões, soltando um por um. Em seguida, a deusa tocava o rosto de Valandil, acariciando-o suavemente. Enquanto o elfo não dizia uma palavra.  - "Eu sei, Val. Não é mérito nenhum ser libertado por uma deusa. E você leva o orgulho élfico realmente a outro patamar." - Ela tocava e curava cada marca de violência nas costas, braços, peito e rosto do elfo. E ele sabia, que não havia muito a se orgulhar hoje em dia em ser um elfo. Mas mesmo os ultimos fatos de seu povo serem fundamentais. Ele ainda lembrava com amor dos campos floridos de Lennorien. E o que mais o pegava de surpresa, era que, mesmo ele sendo um dos Libertadores, uma deusa humana é que vinha se preocupar com ele.

"Mas seus amigos reuniram um pessoal pra vir te salvar. E eles estão bem proximos de conseguir fazer isso." - O olhar de Valandil expressava uma surpresa sem tamanho. 

"Eu não estou aqui pra ser salvo, Deusa da Ambição... " - A expressão de Valkaria, no corpo de Vahniah não era nada bondosa após essa frase de Valandil, ela odiava quando ele a tratava tão formalmente. 

"Então se prepare, Valandil Elanesse. Porque eu estive com eles. E sei que eles terão argumentos pra quebrar a sua teimosia divina!" - Ela se levanta, furiosa. Normalmente não era sábio você irritar uma deusa do Panteão. Mas essa nunca foi uma situação normal. Valandil então, ainda livre dos grilhões, segura o punho de Valkaria, esperando que isso a impedisse de partir. O que, de fato, ocorreu. Ela vira na direção dele, e o estapeia com toda a força que o corpo mortal que ela estava permitiria. Não há nenhuma reação vinda de Valandil. Ela então, toca as marcas no pulso do elfo, e o olha nos olhos, maliciosamente.  - "Aproveite sua liberdade hoje..." - Num ato de extremo impulso, natural para a deusa mais impulsiva do Panteão artoniano, ela beija Valandil, revelando sua forma mais conhecida, e deita-se com ele....

Valkaria
Trilha Sonora da Cena:

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